Testemunhos

Universidade de Coimbra

A física é o ramo da ciência que procura explicar o funcionamento do universo e ligar os fenómenos que nele ocorrem com a sua linguagem natural, a matemática. Sendo que desde sempre fui muito curioso sobre o porquê das coisas serem como são, estudar física acabou por ser uma escolha natural, e que me tem permitido perceber muitas coisas sobre as quais me perguntava. A escolha do curso na Universidade de Coimbra acabou por ser um golpe de sorte, já que a escolhi por ser a que me ficava mais próxima, mas que rapidamente percebi que era também a que mais se adequava ao que pretendia do curso. A transição do ensino secundário para o ensino superior é uma experiência diferente para todos os que por ela passam, sendo que no meu caso essa transição não foi muito complicada . Embora tenha começado o meu percurso com alguma insegurança, fui percebendo que gostando do curso em que se entra e à medida que se vão fazendo amizades dentro e fora dele, muitos dos problemas são amenizados pelo prazer que se tira da aprendizagem e do dia-a-dia na Universidade. No entanto, habituar-me a um método de estudo mais intenso e proveitoso comparado com o que tinha anteriormente foi sem dúvida o passo mais difícil e o que demorou mais tempo, e fazê-lo rapidamente é um conselho que tento sempre dar a quem está a começar o seu percurso académico.

Uma das coisas que mais me foi deixando satisfeito ao longo do tempo foi aperceber-me da maneira como o curso de física está montado na Universidade de Coimbra, que é, a meu ver, ideal. O príncipio subjacente ao plano de estudos é o de que a física funciona como uma pirâmide, e como tal só se consegue ser um bom físico percebendo muito bem como funciona cada um dos pontos que perfazem a base. Com estes conceitos bem compreendidos, compreender algo que a priori é mais avançado ou mais complicado trata-se apenas de uma questão de continuidade, o que abre muitas portas a quem as queira abrir, seja no mestrado ou de forma autodidata. Outro dos pontos fortes do curso é sem dúvida a relação entre alunos e docentes. 

Da minha experiência e pelo que fui ouvindo de colegas de outros cursos da Universidade de Coimbra ou mesmo fora dela, nunca nenhum deles descreveu uma relação tão boa como a que encontrei no DF. Os professores importam-se genuinamente com a aprendizagem dos alunos, são super disponíveis para tirar dúvidas e fazem um esforço muito grande para que a nossa experiência enquanto alunos seja o mais proveitosa possível. Não tenho a menor dúvida que os professores que fui tendo ao longo dos anos me moldaram e tornaram num aluno melhor.

Além disso, há um fluxo constante de oportunidades para fazer estágios, participar em grupos de investigação liderados por docentes, workshops, etc., um conjunto enorme de oportunidades para aprender e desenvolver capacidades, bem como ter uma primeira experiência no mundo da investigação científica. No DF, quem quiser ir além daquilo que faz parte do plano de estudos pode fazê-lo com qualidade, tendo a certeza que é um bom investimento.

Zé Pedro, Mestrado em Física UC, 4º ano.

Durante todo o meu percurso no secundário, sempre soube que gostaria de seguir um dos dois cursos, Física ou Engenharia Física, até porque os cursos eram muito semelhantes. Tive alguma dificuldade em escolher qual, pois apesar de gostar mais de Física Teórica, no futuro, Engenharia Física poderia ser uma escolha mais estável, e felizmente, tinha grandes probabilidades de entrar em qualquer um dos dois. E portanto permaneci nesta indecisão até praticamente ao último dia da candidatura, onde optei por Engenharia Física, que foi o curso que eventualmente entrei. 

    No entanto, à medida que fui conhecendo melhor os dois cursos, e o que iria fazer no futuro com eles, apercebi-me que aquilo que queria mesmo fazer era Física Teórica. Apesar de os cursos parecerem muito semelhantes nos primeiros anos, a diferença crucial entra na altura da especialização, onde segue caminhos muito diferentes, e o caminho que seguiria por Engenharia Física não me agradava. No final do primeiro ano, mudei então para Física, não sendo necessário repetir o primeiro ano, dada a semelhança grande dos cursos.

    Falando agora da minha experiência quando entrei no curso (e acredito que posso falar pelos dois, porque, como disse, nos primeiros anos são muito semelhantes), o choque da mudança não veio no primeiro ano, onde as matérias são dadas como uma base para o que vem a seguir, apesar de lecionadas a um ritmo maior, mas sim no segundo ano, onde começamos a ver coisas completamente novas, formalismos com uma base matemática grande. Foi aí que comecei a encontrar algumas dificuldades, e percebi a ver a necessidade do estudo regular. Para conseguir gerir a vida académica, atividades extracurriculares, e afins, o mais importante é uma boa gestão de tempo e saber definir prioridades. Acredito que existe tempo para tudo, o importante é aprender a saber quando e onde o usar, e aí está o maior desafio (pelo menos pessoalmente). Um dos aspetos que me surpreendeu pela positiva foi a relação docente-aluno. Estava à espera de uma relação algo distante, que era cada um por si, mas acabou por ser um pouco o contrário. No sítio onde estudo pelo menos, os professores são muito recetivos às dúvidas dos alunos, com uma política de “porta sempre aberta”, e incentivam aulas dinâmicas com os alunos, pelo que senti bastante liberdade em expressar essas mesmas dúvidas, e facilitou muito quando tinha alguma dúvida

    No geral, aprendi que existe sempre espaço para alterar as nossas decisões, que o mais importante é que façamos as coisas com gosto, que é essencial para conseguir investir tanto tempo em algo como um curso superior, e aprender a usar esse tempo de forma equilibrada e inteligente, para que seja possível crescer tanto a nível académico, como pessoal.

André Neves, Física UC, 3º ano

No longínquo ano de 2015, em Setembro, entrei, pela primeira vez como aluno, no átrio do Departamento de Física da Universidade de Coimbra, onde não imaginava que iria passar muitos e bons momentos até hoje. 

A escolha do curso e da universidade não foi complicada: já conhecia alguns alunos do departamento e sempre me interessei pela área da física. Como prefiro a parte mais experimental e prática, Engenharia Física em Coimbra seria a escolha ideal, e foi! 

O plano de estudos, tal como em qualquer engenharia, consiste em 3 primeiros anos mais teóricos, onde se dão as bases da física clássica mas, por ser uma engenharia diferente de todas as outras, introduzem-se os conceitos quânticos do século XIX. Depois, nos 2 anos de mestrado, já é possível uma opção mais especializada na área que mais gostamos. No meu caso, acabei por escolher unidades curriculares relacionadas com a interação da radiação com a matéria, deteção de partículas e instrumentação relacionada com detetores de radiação.

Durante a minha formação académica, envolvi-me em vários projetos de associativismo na cidade onde o associativismo universitário português nasceu. Fui colaborador na Direção Geral da Associação Académica de Coimbra, coordenador das Relações Externas e Vice-Presidente do Núcleo de Estudantes do Departamento de Física e, mais recentemente, até fevereiro de 2020, Presidente da Physis. Estes projetos, que servem para conhecer pessoas e desenvolver soft skills, são importantes e quase indispensáveis na formação de um aluno do ensino superior. 

Para complementar o curso, realizei dois estágios de verão no Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) de Coimbra, no grupo dos detetores gasosos, e um estágio de verão no CERN, estágios onde acabei por definir o tema do que seria a minha dissertação de mestrado. 

Depois de 4 meses com uma bolsa de investigação no LIP Coimbra, durante o 1o semestre do ano letivo de 2019/2020, em fevereiro mudei-me para o Instituto de Física Corpuscular (IFIC) na Universidade de Valência, onde estou a fazer a tese na experiência NEXT (Neutrino Experiment with a Xenon TPC), uma experiência que procura pelo exótico decaimento beta duplo sem emissão de neutrinos, que poderá resolver um dos maiores mistérios da física atual: existir mais matéria que antimatéria. 

O curso de Engenharia Física em Coimbra oferece uma formação com bases teóricas de física e engenharia sólidas, mas também uma vertente prática importante de eletrónica, programação e gestão, o que faz com que as saídas profissionais sejam bastante alargadas. O corpo docente do departamento, e da faculdade em geral (o curso tem aulas em vários departamentos), é bastante competente e próximo dos alunos. A Universidade de Coimbra, com os seus 730 anos de história, é uma universidade inovadora e com uma qualidade pedagógica invejável. 

Com uma empregabilidade de 99 %, há muitos engenheiros físicos formados em Coimbra a fazer investigação nos maiores laboratórios nacionais e internacionais, a trabalhar em empresas de várias áreas, mas também em setores onde não se esperaria, como o setor bancário. Durante o curso, ensinam-nos a pensar e a adaptarmo-nos a várias situações, o que permite uma integração de um engenheiro físico em qualquer área. Por isso, acho que a escolha de Engenharia Física em Coimbra é uma opção acertada! 

Afonso Marques, Engenharia Física UC, 5º ano

Universidade de Aveiro

Desde de tenra idade que desenvolvi interesse em Física, nomeadamente, astronomia. No 7o ano, este interesse despoletou ainda mais com a disciplina Física-Química, onde me apercebi o caminho que queria tomar no futuro. Este caminho levou-me a ingressar a licenciatura em Física na Universidade de Aveiro. 

A escolha da Universidade não foi uma decisão tão simples como escolher o curso, mas devido às várias visitas à Universidade de Aveiro para participar na competição de Matemática, Física-Química e Biologia-Geologia intitulada PmatE, levou-me a apaixonar tanto pela Universidade como a cidade. 

Ambas as escolhas do curso e universidade foram escolhas que não me arrependo. 

A entrada na Universidade foi, provavelmente, das alturas mais complicadas do curso inteiro dado a mudança de casa, amigos, aulas, professores. O ritmo na aulas era bastante mais rápido do que estava habituado no secundário, o que me levou a não ter as melhores notas no 1º semestre (fora outras possíveis razões causadas pela vida académica). Mas, algo que aprendi durante o 1º ano de universidade foi que é preciso encontrar o nosso próprio equilíbrio entre estudo, vida académica e vida pessoal. Com este equilíbrio, é possível fazer tudo. 

Durante os restantes 3 anos da licenciatura aprendi bastante bases das várias áreas da Física, tais como, Mecânica Clássica, Relatividade Restrita, Eletromagnetismo, Mecânica Quântica, entre outras. Os seguintes 2 anos foram dedicados a realizar o Mestrado em Física, também na Universidade de Aveiro. No mestrado tive oportunidade de aprofundar algumas das bases dada na licenciatura, assim como começar a investigar na minha área de interesse, gravitação, a qual estou actualmente a investigar no doutoramento. Mas o que considero mais valioso nestes cursos (aqui incluo todos os cursos em Física) foi a evolução da capacidade de raciocínio lógico para resolver um conjunto vasto de problemas, o que pode e será sempre útil, tanto no presente como no futuro. 

O Departamento de Física da Universidade de Aveiro é constituído por um painel de docentes bons e profissionais. Com uma grande maioria dos docentes é possível ter uma excelente relação docente-aluno. Como exemplo, posso brevemente falar sobre o director da licenciatura em Física. Tal docente é extremamente simpático e preocupado com os seus alunos, de tal maneira a lembrar e ajudar os alunos em qualquer situação universitária. 

Algo também a notar é a excelente relação entre alunos dentro do Departamento de Física. Independentemente do curso ou da matrícula, os vários alunos interajudam-se respondendo a dúvidas ou a partilhar apontamentos. O Departamento de Física acaba por ser uma família gigante. 

Para concluir o meu testemunho, deixo apenas a seguinte mensagem: Física na Universidade de Aveiro foi a melhor escolha para mim e é uma escolha que faria de novo sem pensar 2 vezes.

Jorge Delgado, Doutoramento em Física

A minha escolha em engenharia física foi bastante simples. Sempre tive na ideia o objetivo de seguir engenharia, e a física sempre foi um dos meus maiores interesses. Pelo que no final, a escolha demorou 5 minutos, e passados 4 anos ainda aqui estou. Se já tive vontade de desistir entretanto? Já. Dá muito trabalho? Sim. Mas julgo que vai valer a pena um dia. Já a escolha da universidade ainda mais fácil foi, bastante devido à minha proximidade a Aveiro … claro que a prestigio da Universidade de Aveiro nesta área apenas veio a ajudar à escolha. 

Logo no primeiro semestre senti uma diferença enorme com o secundário. Para bem, a meu ver. Finalmente estava aprender a razão das coisas. Mas tudo é bastante genérico inicialmente. Notem que o primeiro ano de qualquer engenharia é bastante semelhante, pelo que só após o segundo ano, e por vezes o terceiro, é que nós nos começamos a aperceber de onde é que nos colocamos. 

Ao longo de todo o curso existe uma conjugação das componentes teórica e prática, com uma enorme abrangência em diversos tópicos da física no início, para nos últimos dois anos dar a possibilidade aos alunos de se focarem nos seus tópicos mais de interesse. Apesar de ter focado o meu estudo mais especializado em ótica quântica, umas das áreas fortes do Departamento de Física da universidade foca-se na componente prática de física de materiais. Como em tudo, nem sempre gostamos do método de ensino ou das matérias lecionadas, dependendo muito de pessoa para pessoa. A relação entre alunos e professores é geralmente boa, no entanto vão existir sempre certas confusões … é normal. 

Sou da opinião de que as atividades extracurriculares complementam o curso, oferecendo-nos um desenvolvimento tanto profissional como pessoal que nenhum curso em si nos poderá dar. Como tal baseei os meus últimos quatro anos numa adaptação constante a desafios, em áreas diferentes e com objetivos diferentes, tendo adquirido imensa experiência e conhecimentos no que toca a diversas competências. Tive durante mais de um ano uma bolsa de iniciação à investigação científica BIIC, no Geometrix, que me permitiu realizar um trabalho numa área completamente oposta à qual estudava, permitindo-me alargar os meus horizontes logo no meu segundo ano de curso. No verão de 2019 tive a possibilidade de fazer parte do programa Summer Student Programme, no CERN, cuja experiência nunca vou esquecer. E de momento faço parte do programa Novos Talentos em Tecnologias Quânticas da Gulbenkian. Desenvolvi soft skills devido a várias atividades/cargos fora o curso, nomeadamente a minha atuação como vogal na associação EPS Young Minds Aveiro ao longo de um ano, e como presidente da mesma no ano corrente.

Margarida Almeida , Engenharia Física UA, 4º ano

Universidade de Lisboa

A transição secundário-universidade foi abrupta, sendo que a preparação do secundário, no caso da área da física é razoável. O grande choque inicial é o grau de trabalho que tem de ser feito pelo aluno. Enquanto que no Secundário há uma bibliografia física e os professores fornecem qualquer tipo de apontamentos, na Universidade é preciso um trabalho por parte do aluno mais elevado, em que muitas vezes é preciso procurar a bibliografia que mais se adequa ao aluno para além de uma extensa pesquisa adicional quer em livros quer pela internet. O método de ensino em geral é bom, sendo que como em todo o lado existem bons e maus professores. Professores que se mostram disponíveis e professores mais ausentes. Ao longo do curso tem-se de tudo, sendo que os professores bons existem em maior quantidade que os professores maus.

Em termos de experiência, o curso apesar de chamado de Engenharia Física, tem uma componente prática que não providencia os alunos com experiência suficiente. Para complementar esta falta muitas vezes fazem-se estágios de verão, onde não tendo de ser lecionada matéria, há muito mais espaço para pôr as mãos na massa. Em termos de conhecimento claro que nunca se retém tudo, mas este curso fornece uma panóplia de áreas da física que permite ao aluno ganhar uma noção básica de todas estas áreas.

Para além do curso e estágios, é também possível participar em atividades extracurriculares, estejam ou não elas relacionadas com a nossa área. Este curso exige bastantes horas de trabalho e esforço e por isso mesmo é necessário complementar este trabalho com atividades que ajudem a descomprimir. O horário não é pesado ao ponto de impedir que os alunos realizem outras atividades, logo também é possível balancear a vida académica com o curso. Há épocas onde é preciso concentrarmo-nos mais no trabalho, mas também há épocas mais folgadas que me permitem descansar e participar em eventos, atividades extracurriculares e de lazer. É uma questão de adotar um bom método de trabalho e ter um bom nível de organização.

Diogo Mota, Engenharia Física FCUL, 3o ano

Universidade Nova de Lisboa

Para mim, a escolha de Engenharia Física não foi particularmente precipitada. Já no nono ano, confrontado com a escolha de um curso profissional de música, na classe de saxofone, ou ciências e tecnologias, facilmente decidi que optaria pelo segundo. Eventualmente confrontei a escolha com outras engenharias, ficando sempre a primeira escolha a que mais me despertava o interesse de entre as outras.

A escolha da faculdade foi ligeiramente mais difícil, mas, uma vez que uma das prioridades era a escolha de universidade recente, qual a melhor se não a que tem “NOVA” no nome!? Para além disso, a formação altamente prática da FCT-NOVA sempre permitiu satisfazer o gosto de mexer em circuitos, equipamentos de medição e perceber como funcionam.

No primeiro dia, ao ser recebido pelos meus colegas mais velhos e ao conhecer aqueles com quem viria a passar estes 3 anos, até agora, desapareceram todos os receios no que tocava a integrar-me neste curso.

A vida académica é também plena nesta faculdade, uma vez que foi possível conciliar a praxe, a presença no Núcleo de Engenharia Física da FCT e as saídas de convívio com a realização atempada do curso. Mais recentemente, comecei um part-time como explicador, o qual se tem mostrado também este conciliável com o objetivo máximo de terminar o curso.

A formação da NOVA é cientificamente sólida e a par com as tecnologias atuais. É também largamente complementada pelos seus períodos intercalares. São unidades viradas para a atualidade empresarial e científica, mas são também as que fornecem alguns dos momentos mais felizes de um ponto de vista pessoal. Nesta altura do ano, com apenas aulas de manhã nos primeiros dois anos, foi-me possível passar tempo com os novos amigos e colegas, conviver e conhecer melhor a zona da grande Lisboa.

Já este ano foi-me possível realizar dois estágios curriculares, um na área da instrumentação, a nível empresarial e outro, neste momento, na área da mecânica quântica de alta precisão. Em conjunto com as Jornadas Tecnológicas, evento que ajudei a organizar em que vários ex-alunos e empregadores do curso de MIEF vêm dar os seus testemunhos, permitiu-me estabelecer uma rede de amizades e contactos que certamente virá a ser útil futuramente.

Bruno Santos, Engenharia Física FCT-UNL, 3º ano


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